Até bem pouco tempo atrás fui um sedentário de carteirinha, vi meu peso subir 20% na última década, não cultivava hábitos saudáveis de alimentação e atividade física, na prática isso até então, não foi prioridade.
Anos atrás, diagnosticado com hipertensão, iniciei com medicação contínua de imediato, visto que é uma doença perigosa e silenciosa, e assim passaram-se os anos.
No final de dezembro de 2019, iniciei a prática de atividade física de forma gradual e constante, pequenas caminhadas, com menos de 2 km, sentia dores e fadiga muscular.
Com orientação, fui mantendo a atividade e progredindo, somado a alimentação adequada, perdi vários quilos e as dores logo sumiram. Após o período inicial de 60 dias, migrei da caminhada para uma leve corrida, e seguindo as dicas da minha educadora física pessoal (minha esposa), estabeleci uma meta inicial: correr 5 km em 30 minutos. Em final de Abril, havia atingido tal objetivo, o que me deixou mais confiante, afinal eu já estava com 10 kg menos, me sentindo mais disposto, também percebi minha pressão arterial estável sem qualquer medicamento, o que antes era uma realidade impossível. Foi quando tracei um novo objetivo, correr 10 km em 60 minutos, o que para um recente sedentário, seria um grande feito. Em resumo, segui me exercitando como planejado, evoluindo a cada semana, e 30 dias após (em início de Junho), me arrisquei a percorrer os 10 km com meta de fazê-los em uma hora, e cheguei lá! Porém percebi, que não me senti bem com o resultado final, mesmo cumprindo o desafio, eu havia ultrapassado o meu limite cardíaco e estava com dores clássicas de quem tinha exagerado a dose. Após reflexão, guardei comigo tal experiência e decidi mudar minha abordagem:
Manter meu hábito de melhoria contínua e atingir os 10 km apenas quando pudesse fazê-lo sentindo-me "vencedor", quando meu corpo e minha mente juntos chegassem ao objetivo, não como fiz antes, que minha mente chegou lá, e teve de arrastar meu corpo no final. Hoje, dia 05 de julho de 2020, percorri meus primeiros 10 km em menos de uma hora, de forma totalmente qualificada, respeitando todos os indicadores qualitativos da experiência, com ritmo cardíaco adequado, terminei a atividade me sentindo com alma vencedora, minha mente percebia tudo à volta, senti o corpo capaz, e entrei em harmonia com o lugar. Nos últimos minutos, fui agraciado com duas músicas da Playlist que tocaram "para mim" de forma iluminada em homenagem ao momento, nesta sequência: “Sundrop”, David Ritt https://youtu.be/oTpQKJ3L3-o “Unforgettable”, Robin Schulz & Marc Scibilia
Além da trilha sonora final, compartilho a imagem deste dia inesquecível:
A partir de nova reflexão, cheguei a algumas conclusões que se aplicam bem a experiência:
1) "Ser inteiramente honesto consigo mesmo é um bom exercício.” Sigmund Freud
2) “O tempo não existe, apenas as realizações e como você se sente que importam”.
3) “A única comparação válida é sempre consigo mesmo”.
E quando te compara contigo hoje, duas coisas podem acontecer: (1) Ou te sentes pior (2) Ou te sentes melhor Em qualquer uma das situações, acaba tendo uma clara noção de como está hoje em relação a ontem.
O importante a percepção de como estás no momento presente.
A comparação consigo, é a solução para buscar o melhor de si, sendo o melhor daquele estado, que encontra harmonia contigo mesmo, com aquilo que fazes, com aquilo que pensas, com aquilo que sentes, enfim, com quem estás a ser.
Por fim. Este é o primeiro resultado consistente conquistado? Com obviedade, não! Há diversas realizações, experiências individuais e coletivas, que inclusive superam esta, mas este é um pequeno, simples e prático exemplo, que me ajuda a estruturar novos desafios em outras áreas da vida e dos negócios.
